segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O CAPITALISMO ATACA O JARDIM DA INFÂNCIA

Este texto pode ser visto por muitos como mais um amontoado de palavras de ordem contra o capitalismo e a globalização. Esta última, travestida deste nome para que não seja revelada sua verdadeira identidade, ou seja, imperialismo. O descaso dos seres humanos por eles próprios é movido pela ganância por riqueza e poder. Nas frentes onde deveria residir toda a atenção ao desenvolvimento dos povos se instalam os interesses particulares.
Refiro-me à saúde, educação, alimentação saudável, políticas de distribuição de renda mais justa dentre outros. Como grande matriz de todo este modelo temos os países desenvolvidos, ou países do norte conforme divisão que nada tem de semelhante com a posição geográfica, mas sim com o lugar que ocupam no desenvolvimento econômico.
Na saúde, por exemplo, segundo reportagem intitulada “Pneumonia mata 1,8 milhão de crianças pobres ao ano”, veiculada pelo Portal Vermelho, em 05 de novembro de 2009, afirma que a doença mata muito mais que sarampo, malária e AIDS juntos, sendo que 98% das vítimas estão na Ásia meridional e na África subsaariana.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui a mortandade na Ásia à alta população e ao limitado uso de vacinas, enquanto na África incidem a falta destes medicamentos, alta taxa de infecções com o vírus da deficiência imunológica humana (HIV, causador da aids) e as carências do sistema sanitário do Estado.

O trecho acima foi retirado da própria reportagem, e nos dá um recado importante a respeito de como a Organização Mundial da Saúde está preocupada em manter-nos “anestesiados” atribuindo o problema ao próprio povo demasiado numeroso na Ásia, enquanto na África o problema é os altos índices de HIV e outras enfermidades além da carência de recursos públicos. Simplesmente ignoram o fato de que essas não são as causas, mas apenas os efeitos de políticas voltadas à dominação, ao imperialismo, sobretudo norte-americano e Europeu, onde a morte e as condições subumanas de vidas na periferia de seus impérios são necessárias para que no âmago de suas pátrias a cultura do consumo reine absoluta.
Fica claro que órgãos como a Organização Mundial da Saúde, Organização Mundial do Comércio, Organização das Nações Unidas, UNESCO, dentre tantas outras, não servem aos interesses multilaterais de seus membros, mas sim como uma ferramenta para a subjugação dos povos, onde a brandura e a diplomacia são os alicerces de suas estratégias.
Desta forma, o terreno está preparado para entidades como a Fundação Bill e Melinda Gates ganharem repercussão midiática em nível mundial distribuindo recursos para a saúde nestes países. Estariam eles interessados em ajudar mesmo estes povos a se livrarem da ameaça constante de morte das suas crianças? Ou os recursos são doados por Empresas ligadas a estas pessoas, em troca de recibos polpudos para serem abatidos do imposto de renda? Todos sabem quem é Bill Gates e à frente de qual corporação ele está. Você mesmo deve estar lendo este texto em um sistema operacional do seu computador fabricado pela Multinacional de Mr. Gates, que emprega 90.000 pessoas em mais de 100 países, inclusive nestas regiões onde morrem a maioria destas crianças. É, ele deve pagar muito imposto mesmo.
A exemplo disto tem campanhas no Brasil de grandes grupos de comunicação que pedem a sua doação por telefone, e esta, não pode ser abatida do seu imposto de renda, para que estes grupos possam reverter estes valores em abatimentos para suas empresas. Crianças são usadas como meio de propagar um sentimento de compaixão pelo próximo, mas que no seu objetivo mais fundamental está o lucro, e o pior, às nossas custas e destas crianças.
Portanto lembre-se: Enquanto você dispensou cinco minutos para ler este texto 17 crianças perderam a vida em algum lugar do planeta apenas por pneumonia. Imagine se formos somar à estas, inúmeras outras doenças letais que afetam inocentes nos países pobres. Simplesmente porque existem pessoas em empresas e órgãos governamentais ou não, que pensam diariamente estratégias econômicas e políticas que ditam em que lugar do mundo crianças precisam morrer de forma miserável, privados de qualquer direito à prevenção ou assistência em saúde, para que outras tenham uma vida plena. Definitivamente este não é um modelo que podemos concordar. Concorda comigo?

Por Ricardo Germani
09 de Novembro de 2009.

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